Favorecida pela desvalorização cambial, a rentabilidade média do exportador brasileiro subiu 5% no primeiro bimestre do ano, na comparação com o mesmo período do ano passado. O desempenho positivo se manteve a despeito da recuperação parcial da moeda brasileira no período, mas pode novamente ganhar impulso e beneficiar o exportador brasileiro no restante do ano, a depender dos próximos capítulos da guerra comercial promovida pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que tem chacoalhado o câmbio global. Em compensação, a queda dos preços, particularmente o de alguns dos principais produtos vendidos pelo país no exterior, pode se aprofundar diante dos maiores riscos de desaceleração global.
Na comparação entre o primeiro bimestre de 2025 com o de 2024, as exportações brasileiras se beneficiaram de um câmbio 19,3% mais desvalorizado. Esse bônus, no entanto, é corroído pela queda de 4,7% do preço médio das exportações e uma alta de 8,3% do custo médio de produção. Os dados da Fundação Centro de Estudos para o Comércio Exterior (Funcex).
A dinâmica do câmbio nos dois primeiros meses do ano também prejudicou a rentabilidade mais recentemente: houve queda de 6,3% do índice calculado pela Funcex na virada de janeiro para fevereiro, quando houve apreciação de 4,3% do câmbio nominal.